Aneurisma cerebral é uma dilatação que se forma na parede enfraquecida de algum vaso sanguíneo do cérebro. Se esta “bolsa” se romper, acontece uma hemorragia cerebral - um tipo de AVC hemorrágico. Os aneurismas não rôtos (que não sangraram) normalmente não causam qualquer tipo de sintoma.
Segundo o coordenador do serviço de neurologia do Mater Dei Contorno, Gustavo Daher, a manifestação mais evidente de um aneurisma se dá com o seu rompimento. “Quando o aneurisma se rompe, causando um AVC hemorrágico, o paciente apresenta uma dor de cabeça muito forte, provavelmente a pior dor da vida”, explica. A intensidade dos sintomas está relacionada também à extensão da hemorragia, podendo causar, também, náuseas, perda de consciência, vômito, alterações na fala, entre outros. O aneurisma cerebral é uma doença grave, com taxas de mortalidade de até 50%.
O diagnóstico de um aneurisma é feito através da observação do paciente. “Uma pessoa que apresente uma forte dor de cabeça, sem precedentes, deve sempre procurar um atendimento médico de urgência. Existem causas benignas de dor de cabeça, como a enxaqueca, mas o exame médico torna-se necessário quando a dor for mais intensa que o habitual”, explica Gustavo Daher. Diagnosticado o aneurisma, a indicação cirúrgica deve levar em conta o seu tamanho e as condições do paciente, uma vez que o risco da cirurgia deve ser observado. Caso a cirurgia seja o tratamento mais adequado, o paciente pode ser submetido a um procedimento aberto, onde é feito o isolamento do aneurisma no cérebro, ou a uma cirurgia endovascular, onde uma mola é colocada dentro da bolsa, impedindo o seu rompimento.
O aneurisma pode surgir em qualquer idade, mas os episódios de rompimento são mais comuns entre os 35 e 65 anos de idade. “A incidência do aneurisma é maior em mulheres, e aumenta com a idade, devido à deficiência de estrógeno da menopausa”, alerta Gustavo Daher. “Pessoas que possuam familiar de primeiro grau (pais ou irmãos) com história de aneurisma cerebral também têm um risco maior do que a população em geral. Tabagismo, abuso de bebidas alcoólicas e descuidos com a pressão arterial aumentam o risco de aneurisma cerebral”, completa o especialista.
Contudo, a incidência de hemorragia cerebral é muito menor (de 6 a 16 casos para cada 100.000 pessoas). Ou seja, a grande maioria dos aneurismas cerebrais não rompe ao longo da vida. De acordo com o médico, a realização de exames e diagnósticos deve ser realizada com critério, pois a identificação de aneurismas pequenos, sem indicação ou possibilidade de cirurgia, que não trazem risco significativo de sangramento, podem trazer enorme impacto emocional no paciente. “Além disso, um exame diagnóstico normal não garante que um aneurisma não possa surgir no futuro”, explica.
Não há maneira conhecida de se prevenir um aneurisma, mas cuidados com a pressão arterial, não fumar, não abusar de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas reduz os fatores de risco. Uma dor de cabeça súbita, extremamente intensa e sem precedentes deve ser sempre avaliada por um médico e encarada como um alerta.
RESPONSÁVEL:
Gustavo Daher
Neurologista
CRM-MG: 40745