Bulimia nervosa 

A bulimia é um transtorno alimentar caracterizado por irresistíveis impulsos de alimentação excessiva, seguidos de vômitos autoinduzidos e medo de engordar. Segundo o psiquiatra do Hospital Mater Dei Rodrigo Huguet, a doença atinge cerca de 1% das mulheres jovens ocidentais, sendo mais frequente entre 20 e 24 anos. Os homens também sofrem com o transtorno, porém em número reduzido, cerca de dez vezes a menos do que o número de mulheres.

 

De acordo com o psiquiatra, pacientes que são diagnosticados com a bulimia nervosa muitas vezes definem seu valor quase exclusivamente por sua capacidade em controlar seu peso e sua alimentação. Isso se torna cada vez mais preocupante, já que as oscilações de peso podem ser frequentes. Além disso, o paciente se sente responsável em perder mais peso e por isso reduzir ainda mais sua alimentação. “Em alguns casos o bulímico tende a se exercitar em excesso, fazer uso de laxantes, diuréticos e forçar longos períodos de jejum” indica Rodrigo. Transtornos de ansiedade também estão associados à bulimia.

 

Segundo Rodrigo Huguet os episódios bulímicos ocorrem com maior frequência no final do dia ou à noite, e podem ser desencadeados por períodos de jejum ou por estados emocionais como angústia ou ansiedade, que são aliviados momentaneamente com a compulsão alimentar. “Além da vergonha e culpa, o paciente sente-se fracassado e com baixa autoestima pelas tentativas frustradas em interromper esse comportamento. Esse sentimento de vergonha leva o paciente a demorar de dois a cinco anos para procurar auxílio médico”.

 

O tratamento da bulimia nervosa é feito com medicações, principalmente os antidepressivos, como a fluoxetina. Também é importante o acompanhamento psicoterápico, com destaque para a terapia cognitivo-comportamental, que tem mais evidências de eficácia, e de um profissional da área da nutrição.

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