Dores na face e na cabeça, estalos ou travamento da mandíbula, zumbidos ou sensação de ouvido tampado. Você já teve alguns desses sintomas? Estes sintomas podem ser sinal da chamada Disfunção da Articulação Temporomandibular (DTM).
A Articulação Temporomandibular (ATM) é do tipo sinovial formada pela cabeça da mandíbula, fossa mandibular, tubérculo articular e envolta por uma resistente capsula. Um disco articular divide a articulação em dois espaços chamados de compartimento superior e inferior da ATM.
Aproximadamente 25% da população possuem algum tipo de desordem interna da ATM que são tratados, inicialmente, por métodos não cirúrgicos. O tratamento cirúrgico é indicado em apenas 5% dos casos.
Por ser a ATM uma das articulações mais complexas do corpo, tanto morfologicamente como fisiologicamente, a sua disfunção é considerada um desafio constante na área da saúde. Isso em decorrência das sutilezas das estruturas e de seu mecanismo de funcionamento, como também pela quantidade de fatores que são capazes de modificar sua função. Portanto, é de extrema a importância que haja um diagnóstico preciso somado a um planejamento adequado da terapia, tendo sempre em vista a especificidade de cada caso.
Previamente à realização de qualquer intervenção cirúrgica na ATM é necessário que um tratamento conservador correto seja instituído por um período de tempo. Esse período de tempo pelo qual o tratamento clínico deve ser realizado ainda não está definido. Alguns trabalhos demonstram a necessidade de períodos de três a 18 meses antes de se pensar em tratamento cirúrgico. O tratamento conservador consiste em ajustes oclusais, terapia fonoaudiólogica e fisioterapia, medicamentos, uso de placa interoclusal, viscossuplementação, controle do stress emocional, etc.
A artroscopia é uma técnica cirúrgica relativamente recente. Na década de 1980, diversos autores contribuíram para o seu desenvolvimento com descrição de diversas técnicas e com o entendimento das alterações internas sob visão artroscópica. Desde então, a artroscopia tem se desenvolvido muito e ocupa um lugar consolidado no fluxograma de tratamento dos distúrbios internos da ATM. Trata-se de um procedimento cirúrgico e minimamente invasivo. Ele permite a visualização direta das estruturas intra-articulares, facilitando o diagnóstico e/ou tratamento das desordens e doenças articulares. É uma técnica que exige intenso treinamento por parte do cirurgião para que possa ser realizada de forma correta e eficaz.
Devido a sua dupla formação em medicina e odontologia, o Dr. Rogério Araújo Oliveira (otorrinolaringologista e cirurgião craniomaxilofacial da Rede Mater Dei de Saúde) sempre teve muito interesse nos distúrbios da ATM e, procurando aprofundar o conhecimento na área, realizou recentemente um “fellow” em cirurgia maxilofacial no Hospital Infanta Cristina em Badajoz, Espanha. O médico ficou à serviço do professor Florêncio Monje-Gil, atual presidente da Sociedade Européia de Cirurgia da ATM, e teve oportunidade de participar de reuniões, avaliações de pacientes e procedimentos cirúrgicos com ênfase em artroscopia de ATM.
Observamos que os pacientes com problemas na articulação temporomandivular estão aumentando e necessitam de um tratamento adequado e eficaz por parte do profissional, seja ele cirurgião ou clínico. O tratamento correto para o paciente é o que irá livrá-lo dos sintomas e devolver sua saúde articular, com uma articulação livre de estalos e dor e que possibilite ao paciente a realização de todas as suas funções, como fala, mastigação e deglutição.
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