Quando diagnosticado prematuramente, as chances de cura do câncer em uma criança ou adolescente são muito maiores. Pensando na importância dessa conscientização, durante o mês de setembro, são realizadas ações dedicadas à conscientização e alerta para o câncer infantojuvenil, que corresponde à segunda causa de morte por doença no Brasil de crianças e adolescentes entre 1 e 19 anos.
De acordo a Confederação Nacional de Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer (CONIACC), o câncer infantojuvenil possui características próprias e ainda não se sabe um fator único que pode ser responsável pelo seu surgimento. “Na faixa etária pediátrica, em uma parcela dos casos, podemos determinar um grupo de risco para o desenvolvimento das neoplasias na infância tais como: crianças com doenças genéticas (Síndrome de Li-Fraumeni, Neurofibromatose tipo 1, Beckwith-wiedemann, Síndrome de Down), malformações congênitas, imunodeficiência congênita ou adquirida, algumas infecções virais crônicas (vírus de Epstein e hepatite B) e, em menor proporção, os fatores ambientais (exposição excessiva ao sol, tabagismo e abuso do álcool em adolescentes)”, explica a oncologista pediátrica do Hospital Integrado do Câncer Mater Dei, Karine Fonseca.
Segundo a médica os tumores malignos estão associados a mutações genéticas, translocações, deleções e amplificação dos genes relacionados com o surgimento dos tumores. “Dependendo da alteração associada a resposta ao tratamento pode ser melhor associada a uma maior chance de cura ou significar um prognóstico mais reservado”, completa.
Tendo em vista que não há um fator específico para o surgimento da doença, a prevenção é resultado da ação conjunta entre uma educação de saúde e a capacitação contínua de profissionais da área da saúde. A oncologista afirma a necessidade de acompanhamento médico para prevenção “Para crianças saudáveis, um bom acompanhamento pediátrico de rotina (puericultura) é a prioridade, já para as crianças e adolescentes sabidamente de risco, é indicado acompanhamento médico com oncohematologista pediátrico e a realização de exames de rotina, como os laboratoriais e de imagem, dependendo de casa caso. Além disso é necessário orientação sobre alimentação saudável, o seguimento correto da imunização conforme orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria e orientação sobre fatores de risco ambiental”.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) afirma que o diagnóstico precoce é o fator mais importante para o controle e o combate da doença, já que 80% das crianças e adolescentes diagnosticados precocemente tem maior chance de cura.
Uma das formas de se diagnosticar o câncer infantojuvenil exige a atenção da família a sinais e sintomas, que muitas vezes são confundidos com doenças comuns da infância, como dores ósseas, manchas roxas no corpo, sangramentos sem justificativa, vômitos, palidez e febre. Além disso, qualquer sintoma antes não existente, como convulsões, perda de peso, alteração nos olhos e até mesmo o comportamento diferente da criança e do adolescente, deve ser investigado.
RESPONSÁVEL:
Karine Correa Fonseca
CRM: 33824
Oncologista pediátrica do Hospital Integrado do Câncer Mater Dei
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