Cardiopatia Congênita é qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração que surge nas primeiras oito semanas de gestação, quando este órgão é formado. Estas alterações podem causar disfunções no desenvolvimento do feto, podendo comprometer o indivíduo em todas as faixas etárias.
Segundo a médica Marina Fantini, coordenadora da Cardiologia Pediátrica da Rede Mater Dei de Saúde, 1% de todos os bebês que nascem no Brasil tem alguma cardiopatia congênita. Destes, aproximadamente 30% precisam de tratamento cirúrgico ainda no primeiro mês de vida. “Os bebês portadores de cardiopatia congênita podem ser pacientes complexos e muito delicados. Com frequência necessitam de abordagem intervencionista especializada nos primeiros momentos da vida ”, diz a médica.
De todos os bebês que nascem com alguma cardiopatia congênita, apenas em 10% dos casos é possível identificar um fator de risco. Na grande maioria das vezes as mãe não possuem histórico familiar deste problema, não fazem o uso de medicamentos, ou não possuem a patologia. Marina Fantini explica: “As cardiopatias congênitas podem estar associadas às cromossomopatias, que são as alterações cromossômicas. Nas crianças com Síndrome de Down, 50% detém a doença, e outras síndromes, como na síndrome de Edwards, a associação está presente em mais de 90% dos casos”.
O Ministério da Saúde estima que aproximadamente 30 mil crianças nascem anualmente no Brasil com alguma cardiopatia congênita, e faz o alerta para o diagnóstico precoce da doença.
Quais são os sintomas que geram alerta?
É importante realizar o diagnóstico precoce para buscar o tratamento adequado em tempo hábil. Para isso, devemos ficar atentos aos sinais/sintomas mais frequentes, como exemplifica a médica: “no recém nascido e lactente jovem, alguns sinais e sintomas como boca, pés e mãos com coloração arroxeada, extremidades frias, pele pegajosa, baixo ganho de peso, sudorese profusa ao mínimo esforço, palidez ao chorar, perda de consciência e respiração ofegante, não podem esperar.”
Serviço de Cardiopediatria da Rede Mater Dei
A Rede Mater Dei de Saúde possui hospitais de alta complexidade, e Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) especializado no tratamento da criança portadora de cardiopatia congênita. Conta com uma equipe treinada e recursos tecnológicos de ponta para cuidar dos pacientes com qualquer cardiopatia.
A Rede também conta com uma equipe de Cardiopediatria completa, composta por cardiologistas clínicos, intensivistas, ecocardiografistas, cirurgiões cardíacos e hemodinamicistas, todos prontos para atender qualquer demanda. “Conseguimos tratar na Rede Mater Dei todas as cardiopatias, desde as mais simples até as mais complexas. Oferecemos controle ambulatorial e todos os procedimentos intervencionistas que são utilizados nos grandes centros mundiais de cardiologia pediátrica. Dentro da UTIP, conseguimos oferecer ao bebê tecnologia de ponta no que diz respeito à monitorização e procedimentos intervencionistas, além de termos um corpo clínico especializado e capacitado. Tudo isso, associado a presença dos pais em tempo integral. Essa estrutura faz com que os resultados sejam excelentes”, explica Marina.
Além disso, a Rede Mater Dei possui a Maternidade Quaternária, onde a mãe e o bebê possuem todo o suporte necessário e uma estrutura completa oferecida pelo hospital. Marina relata que "algumas cardiopatias complexas, como Hipoplasia do Ventrículo Esquerdo, requerem cirurgias complexas e de alta mortalidade. Estudos recentes demonstram um aumento importante da sobrevida destes pacientes quando esta cirurgia é associada à terapias de suporte como a ECMO, outro diferencial da nosso serviço."
Como funciona a maternidade quaternária?
A Maternidade Quaternária é uma união do cuidado pleno obstétrico e neonatal com mais alta eficiência no tratamento das cardiopatias congênitas. A gestante grávida de um feto portador de cardiopatia congênita passa a ser acompanhada pelos profissionais envolvidos nos cuidados da maternidade quaternária, que passam a atuar junto ao obstetra de confiança da paciente. Caso a gestante não tenha obstetra, disponibilizamos um ambulatório de gestação de alto risco com obstetras especializados.
A Maternidade Quaternária da Rede Mater Dei de Saúde respeita o binômio mãe e filho e oferece a ele uma assistência obstétrica humanizada. Marina Fantini conta: “Tentamos fazer daquele nascimento um momento mais humanizado, respeitando as angústias dos pais e individualizando cada situação. Sempre de forma segura, esperamos que a gestante entre em trabalho de parto, mesmo que haja indicação de um parto cesáreo. Ao nascer, a criança é avaliada por cardiologista pediátrico e prontamente colocada no colo da mãe, se a condição clínica permitir. O ecocardiograma pós-natal é realizado nos primeiros minutos de vida e o tratamento é rapidamente instituído. Estamos prontos para receber bebês com qualquer cardiopatia. Temos toda uma estrutura preparada para oferecer tudo que o bebê cardiopata necessita”.
Para detectar se o bebê possui alguma Cardiopatia Congênita, são realizados exames específicos. A médica explica que em linha cronológica, desde o feto até o momento do nascimento da criança, o primeiro exame realizado é o ecocardiograma fetal, que faz parte da rotina obstétrica da Rede Mater Dei. O ideal é que o ecocardiograma fetal seja feito entre 24 a 28 semanas de idade gestacional e, através dele, é possível identificar 90% das cardiopatias congênitas. Com o primeiro diagnóstico, a mãe é encaminhada para a maternidade quaternária e inserida na Rede Mater Dei para as linhas de cuidados. Dependendo da cardiopatia, são realizados ecocardiogramas e ultrassonografias obstétricas seriadas para acompanhar o desenvolvimento do feto. Além dos exames oferecidos no período fetal, a Rede conta com todos os exames utilizados na rotina da cardiologia pediátrica. Dentre eles, Ecocardiograma transtorácico e transesofágico, AngioTomografia, Ressonância Nuclear Magnética cardíaca, teste ergométrico, cintilografia, Holter, etc. “O Mater Dei é o único lugar de Belo Horizonte que realiza teste cardiopulmonar em crianças, oferecendo o atendimento completo que uma criança cardiopata necessita”.
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