12,5% dos brasileiros possuem LDL elevado, um dos principais fatores de risco das doenças cardiovasculares
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) 300 mil pessoas morrem, anualmente, por causa de doenças cardiovasculares. Esse número deve aumentar em 28% até 2020, segundo expectativa projetada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Um dos principais fatores de risco para que elas aconteçam é o LDL elevado (colesterol ruim).
A única forma de identificar o alto índice do colesterol ruim em nosso organismo é por meio do exame de sangue. Só no Brasil, 18,4 milhões de pessoas estão com o colesterol alto, o que representa 12,5% da população. No Dia Nacional de Controle do Colesterol, 08 de agosto, a Rede Mater Dei de Saúde busca conscientizar a todos sobre a importância de inserir hábitos saudáveis no dia a dia.
O colesterol é uma molécula que está presente na membrana das células do nosso organismo formando órgãos e sistemas como coração, cérebro, fígado, sistema digestivo e sistema nervoso. Além dessa função estrutural, o corpo usa o colesterol para produzir alguns hormônios, tais como vitamina D, testosterona, estrógeno, cortisol e para metabolização de algumas vitaminas. “Quando apresentamos excesso de colesterol circulando no organismo, pode ocorrer um armazenamento indevido dessas moléculas de gordura na parede das artérias. Se essas placas formadas vão crescendo, podem atrapalhar o fluxo de sangue pelas artérias ou podem sofrer rupturas que culminam na obstrução aguda de uma artéria. Esses mecanismos são causas de dor no peito, falta de ar, Angina, Infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, explica a coordenadora do
Serviço de Medicina do Esporte da Rede, Carla Tavares.
A médica explica que alguns hábitos podem ajudar a manter o colesterol ruim em nível adequado. “Em primeiro lugar,
manter hábitos de vida saudáveis com exercícios regulares, menos stress, mais alimentos in natura e menos alimentos processados, manter o peso ideal, não fumar e manter a glicose controlada. Além disso, deve-se manter as avaliações médicas em dia por meio de check-ups regulares e, quando for orientado pelo médico, fazer uso de medicamentos para reduzir a produção e/ou diminuir a absorção do colesterol”, reforça.
Atendimento na Rede Mater Dei de Saúde
O Mater Dei disponibiliza o serviço de Medicina Preventiva - Check-up, pelo qual pode-se acompanhar periodicamente os indicadores de saúde e pesquisar fatores de risco cardiovascular. Além disso, oferece o Serviço de Medicina do Esporte para orientar de forma adequada a atividade física e a parte nutricional dos atletas. A Rede disponibiliza, ainda, equipe de cardiologia e endocrinologia no Mais Saúde Mater Dei.
Dúvidas sobre o Colesterol
Alguns de nossos especialistas, Drª Carla Tavares, coordenadora do Serviço de Medicina Preventiva (Check-up) e Medicina do Esporte da Rede; e o Dr. Carlos Eduardo Ornelas, coordenador do CTI Cardivascular da Rede, respoderam algumas dúvidas sobre o Colesterol. Confira a seguir!
1.Como fazer para aumentar o HDL?
Manter hábitos alimentares saudáveis e realização de exercícios regulares são medidas que tem impacto positivo no aumento do HDL colesterol. Recomenda-se no mínimo 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física intensa, divididos em, pelo menos 3 vezes por semana. Para quem fuma, o abandono desse hábito pode levar a aumento de até 5% dos níveis de HDL circulante.
2.Há realmente a necessidade de jejum mínimo de 12h para o exame?
No preparo para realização das dosagens do perfil lipídico, recomenda-se manter o estado metabólico estável e a dieta habitual. O consenso da European Atherosclerosis Society (EAS) e da European Federation of Clinical Chemistry and Laboratory Medicine (EFLM) de 2016 recomendou o fim do jejum para coleta do perfil de colesterol. Desde então, os laboratórios devem adequar seus procedimentos, incluindo a flexibilização do tempo de jejum, respeitando sempre a orientação do médico solicitante.
3.Como posso fazer para reduzir o colesterol? Como reduzir sem remédio?
As medidas não farmacológicas para redução do colesterol incluem: mudanças nos hábitos alimentares conforme orientações da tabela abaixo da Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia de 2017. Além de controle de peso, realização de exercícios físicos e cessação do tabagismo.
4.Qual é o valor normal?
Segundo a atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose de 2017, os valores de colesterol considerados normais, vão variar de acordo com a estratificação de risco cardiovascular individual, segundo a tabela abaixo:
5.É verdade que colesterol HDL alto é bom e não precisa preocupar?
Sim. Os níveis de HDL colesterol tem relação inversa com a incidência de doenças cardiovascular, portanto, quanto mais alto, melhor.
6.Gostaria de saber se o açúcar em excesso aumenta o colesterol.
Estudos mostram que o consumo superior a 50 g de frutose e a elevada ingestão de carboidratos aumenta a glicemia, o VLDL colesterol e o triglicérides. Desta forma, pode ter impacto no aumento do colesterol total por causa da elevação do VLDL colesterol.
7.Crianças pequenas podem ter problemas com colesterol?
Sim. Tanto por fatores genéticos quanto por hábitos de vida inadequados como sedentarismo, obesidade e ingestão inadequada de gorduras.
8.Qual é o colesterol bom e qual é o ruim?
O colesterol conhecido como bom é o de Alta Densidade – HDL colesterol, do inglês high density lipoprotein. E o colesterol ruim é o de baixa densidade – LDL colesterol, low density lipoprotein.
9.Qual o risco do colesterol bom e ruim estar baixo? Essa situação gera algum sintoma?
Existe evidência estatística que relaciona o baixo índice de HDL (colesterol bom) com aumento de Aterosclerose e, consequentemente, aumento do risco cardiovascular. Entretanto, até hoje, nenhum trabalho científico que promoveu aumento do HDL causou diminuição da ocorrência da doença.
Já o colesterol ruim (LDL) não causa nenhum problema clínico significativo quando seus índices estão baixos. Pelo contrário, quanto menor for o índice, melhor para a saúde cardiovascular. Pesquisas recentes com medicações que chegam a baixar o LDL até abaixo de 50mg/Dl não demonstraram nenhum efeito deletério sobre o organismo, mas sim um significativo benefício na prevenção das doenças cardiovasculares.
O colesterol bom e o colesterol ruim não apresentam sintomas com relação aos seus índices. Por isso, para saber se estão baixo ou alto, é necessário fazer exame de sangue.
10.Todos os meus níveis de colesterol são baixos e não sobem mesmo com atividade física. Por que?
Os níveis de colesterol LDL e VLDL baixos são achados positivos. Não é preciso se preocupar. Em relação ao HDL, sabe-se que seus níveis tem relação inversa com a incidência de doenças cardiovascular, portanto, quanto mais alto, melhor. Manter hábitos alimentares saudáveis e ajustar a dose dos exercícios são medidas que tem impacto positivo no aumento do HDL colesterol. Recomenda-se no mínimo 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física intensa, divididos em, pelo menos 3 vezes por semana.Se você fuma, o abandono desse hábito pode levar a aumento de até 5% dos níveis de HDL circulante. Marque uma consulta para entender melhor o que precisa ser ajustado no seu caso.
11.Colesterol alto pode ser genético?
Sim. A Hipercolesterolemia familiar (HF) é uma das doenças monogênicas mais comuns, sendo caracterizada pela elevação do Colesterol total e do LDL colesterol. O defeito mais frequente na HF é uma mutação no gene específico do receptor para LDL plasmático.
Publicado em: 08/08/2018