Mais de 500 pessoas, dentre médicos, enfermeiros, acadêmicos e demais profissionais da saúde estiveram presentes no 2º Simpósio de Sepse, que aconteceu no sábado, 16 de setembro. O evento, realizado pela Rede Mater Dei de Saúde em parceria com o Instituto Latino Americano da Sepse – ILAS, teve como objetivo discutir o reconhecimento, diagnóstico e manejo precoce da doença.
Para o presidente do ILAS, o médico Luciano Azevedo, o evento é imprescindível para que haja conscientização por parte dos profissionais de saúde e, consequentemente, redução no índice de mortalidade por Sepse. “Quero parabenizar e agradecer o Mater Dei pela parceria que vocês fizeram com o ILAS com a divulgação e a realização desse evento. Parabéns pela iniciativa. Já é o segundo ano e esperamos que essa parceria continue, afinal, quanto mais gente for possível educar, maior a chance de reduzir os números de Sepse no Brasil”, explica.
Estima-se que 400 mil novos casos são diagnosticados por ano e 240 mil pessoas morrem anualmente. “O Brasil tem uma das maiores letalidades por Sepse do mundo. Os dados do ILAS sugerem que de 40 a 50% dos pacientes que são hospitalizados por Sepse no Brasil morrem. Nós, os profissionais de saúde, temos um compromisso de saber a respeito da Sepse para que a gente possa reconhecer precocemente, diagnosticar e tratar esse paciente”, ” ressalta Luciano.
A Sepse trata-se de uma inflamação generalizada e descontrolada do próprio organismo contra uma infecção que pode estar localizada em qualquer órgão. Essa inflamação pode levar a parada de funcionamento de um ou de mais órgãos, com risco de morte quando não descoberta e tratada rapidamente. “Não existe nenhum exame que nos dê o diagnóstico de Sepse, este é sempre feito quando somamos um conjunto de sinais, sintomas e de alterações de exames laboratoriais. Dessa forma, todos os profissionais de saúde devem estar informados e treinados para reconhecer sinais e sintomas de Sepse e de mal funcionamento de órgãos. O tratamento da Sepse, que inclui uso de antibiótico, hidratação e controle do foco de infecção é capaz de conter a progressão da doença que na maioria das vezes acaba levando o paciente a morte. Por isso, um evento como o Simpósio de Sepse é importante pois mobiliza e sensibiliza a comunidade hospitalar e extra-hospitalar como um todo”, explica a Diretora Técnica da Rede Mater Dei de Saúde, Daniela Pagliari.
A Sepse é responsável por 25% da ocupação de leitos nas Unidades de Terapia Intensiva- UTI no Brasil, sendo a principal causa de morte em UTIs e uma das principais causas de morte hospitalar tardia, superando infarto do miocárdio e câncer. “Reunir o presidente do Instituto Latino Americano da Sepse e os gestores de grandes hospitais do país para discutir o tema nos ajuda a entender de forma ampla as fragilidades do processo de cuidado de prevenção, diagnóstico e tratamento precoce e, concomitantemente, permite o compartilhamento de melhorias favorecendo o alcance de resultados positivos mais rapidamente”, reforça a Diretora Técnica.
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