Cuidado com a pessoa - REDE MATER DEI DE SAÚDE

Cuidado com a pessoa

Henrique Moraes Salvador Silva
Presidente da Rede Mater Dei de Saúde


Um dos maiores desafios das instituições de saúde é melhorar, constantemente, a qualidade da assistência e a segurança do paciente. Atualmente, esse desafio encontra-se em um cenário na qual observa-se transição demográfica em ritmo acelerado no Brasil. Segundo projeção feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2060, o número de idosos com 80 anos ou mais pode passar de 19 milhões, o que representa um crescimento de mais de 27 vezes em relação a 1980, quando o Brasil tinha menos de 1 milhão de pessoas nessa faixa etária.

Essa conjuntura comprova a necessidade de um acesso a serviços de saúde e uma medicina mais resolutiva e exercida de maneira integrada no âmbito das entidades prestadoras de serviços. As pessoas estão vivendo mais e, com isso, recorrem com mais frequência a estruturas para cuidar da saúde. E muitas doenças possuem relação direta com o maior envelhecimento da população. Assim, espera-se que as chamadas doenças crônico-degenerativas, tais como a diabetes, a hipertensão arterial ou as cardiopatias e que estão associadas ao envelhecimento, aumentem significativamente.

O Brasil já gasta atualmente 9% de seu PIB (Produto Interno Bruto) com saúde. Desses, aproximadamente 55%, vem do sistema privado, incluindo gastos com hospitais, médicos, planos de saúde e medicamentos. Dessa maneira, configura-se no país um cenário no qual de um lado está a perspectiva de maior utilização de hospitais e médicos e do outro um menor volume de recursos disponíveis.

A situação das últimas décadas exige, assim, um crescente profissionalismo e a quebra de paradigmas para consolidação de sistemas auto-sustentados que reflitam em valor para os pacientes.  

Esse valor não se restringe em prestar o mesmo nível de assistência da concorrência e cobrar menos pelos mesmos serviços. Também não consiste em melhorar o que já é dito como excelente e, tampouco, é acrescentar serviços à instituição somente com o objetivo de aumentar os preços e/ou captar mais pacientes. Agregar, ou ainda, gerar valor para os pacientes significa dar um salto de qualidade relevante nos serviços prestados pelo hospital, seja através de pequenas adaptações nos processos internos, aquisição de tecnologias, cuidados mais personalizados ou acompanhamentos integrados. É o que temos feito nas unidades Santo Agostinho e Contorno da Rede Mater Dei.  E, certamente, iremos levar esse modelo para o Mater Dei Betim-Contagem, hospital que estamos construindo em Betim. 

Dessa forma temos condições de atender aos clientes de maneira sinérgica, compartilhando alguns recursos e disponibilizando a melhor e mais moderna tecnologia e conhecimento médico-hospitalar. Nossa experiência vem mostrando que o cuidado baseado em valor reflete na melhora significativa dos resultados de saúde e na redução dos custos, principalmente para pacientes com doenças crônicas e condições médicas complexas. No entanto, a transição para uma abordagem baseada em valor para o paciente envolve infraestrutura adicional, custos de treinamento e complexidade de atendimento.

É cada vez mais importante que façamos um investimento em estruturas que possibilitem que o usuário tenha o melhor desfecho assistencial e que saia do sistema melhor do que entrou, que tenha a melhor experiência em termos de satisfação quando utilizar estes serviços e que haja também uma prestação de serviços focada no melhor custo-benefício dos recursos financeiros alocados. E assim diminuindo os desperdícios e os custos desnecessários.

Não está longe o tempo em que o paciente poderá ter acesso a um prontuário eletrônico em que seus exames, anotações médicas e demais informações vão estar disponíveis de maneira integrada, permitindo abordagens assistenciais mais efetivas e articuladas. Tudo em benefício do próprio paciente e da efetividade do sistema de saúde.

Eu tenho a plena convicção de que estamos entrando em uma nova fase na prática médico-hospitalar e também nas relações entre as diversas partes interessadas que compõem a cadeia de saúde. Para esta nova fase as instituições e profissionais irão precisar se reciclar. 

Reproduzido conforme original do Jornal Estado de Minas (página 07 - 1º caderno - 30.01.18)

Publicado em: 30/01/2018

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