A Semana Mundial de Amamentação 2016 - SMAM, 1 a 7 de agosto, está aí para mostrar que podemos alcançar o desenvolvimento sustentável por meio da promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno.
A Revista Lancet, uma das mais importantes revistas médicas do mundo, publicou um amplo estudo em 2016 que analisou dados de aleitamento materno (AM) em 153 países e concluiu que mais investimentos em amamentação poderiam representar um acréscimo de mais de 300 bilhões de dólares à economia global anualmente. Isso porque as crianças amamentadas adequadamente crescem saudáveis e mais inteligentes, contribuindo assim para um próspero futuro da humanidade.
Já é de conhecimento geral que a amamentação é a base para a saúde e sobrevida em curto prazo (previne infecções na infância reduzindo a mortalidade infantil). No entanto, se ainda restavam dúvidas sobre o efeito da amamentação em longo prazo, uma pesquisa da Universidade Federal de Pelotas, realizada com 3,5 mil recém-nascidos provou que crianças amamentadas por mais de um ano têm escolaridade 10% superior àquelas que não completaram apenas um mês de alimentação com leite materno. Esse inédito estudo, liderado pelo brasileiro César Victora, confirmou o efeito entre aleitamento materno por mais de um ano e um maior QI (coeficiente de inteligência). E, consequentemente, o efeito sobre a renda: crianças com maior período de amamentação tornaram-se adultos com renda 33% superior a dos que não receberam leite materno por mais de 30 dias.
Porém, as taxas de aleitamento materno no mundo permaneceram estagnadas nas últimas duas décadas. O que não aconteceu em nosso país: dados da I Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno (AM) nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal – DF 2009 mostram que houve melhora da situação do aleitamento na última década no Brasil (constatou-se aumento de um mês na duração mediana do aleitamento materno exclusivo - AME). Porém, ainda são necessários esforços para que o Brasil atinja índices de aleitamento materno compatíveis com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nesse contexto, a Maternidade da Rede Mater Dei de Saúde, concentrada no Mater Dei Santo Agostinho, encontra-se acima da média nacional. Dados referentes ao aleitamento materno exclusivo apontam para quase 70% dos bebês sendo amamentados (AME) aos 30 dias de vida em 2016, de acordo com a análise do Serviço de Neonatologia da Rede Mater Dei de Saúde, e a expectativa que essa boa taxa de aleitamento materno seja mantida até os seis meses do bebê.
Sabe-se que inúmeras barreiras tornam extremamente difícil para as mulheres a amamentação exclusiva por seis meses e a continuidade da amamentação por dois anos ou mais, como recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Por isso, devemos ser mais ativos na causa do aleitamento materno ótimo e envolver ainda mais pessoas para tornar isso uma realidade. E, a Semana Mundial de Amamentação 2016 é um estímulo a para nos ajudar a concretizar isso.
RESPONSÁVEIS:
Ana Luiza Diniz Durães Pereira
Pediatra da Rede Mater Dei de Saúde
CRM-MG: 54607
Paulo Poggiali
Coordenador do Serviço de Neonatologia da Rede Mater Dei de Saúde
CRM-MG: 08369
Publicado em: 05/08/2016
Este post é sobre Cuidados com o bebê