Daniela Pagliari Oliveira
Diretora técnica da Rede Mater Dei de Saúde
O Dia Mundial da Sepse, 13.09, foi instituído pela Global Sepsis Alliance - GSA, uma organização sem fins lucrativos, para aumentar a percepção da sepse entre profissionais de saúde e o público leigo e, assim, priorizar a sepse como uma emergência médica a fim de que todos os pacientes possam receber intervenções que incluem administração de antibióticos e fluidos intravenosos, dentro da primeira hora. De acordo com estudos da GSA, o tratamento precoce está associado à melhora na sobrevida, mas a aderência a essas medidas ainda é muito baixa no Brasil e no mundo.
A sepse é a manifestação do organismo a uma doença infecciosa adquirida na comunidade ou dentro de um hospital. Tanto as infecções de urina, dor de garganta e pneumonias adquiridas em casa podem evoluir com sepse grave, assim como as infecções adquiridas no hospital.
Febre alta, aceleração no coração, respiração rápida/falta de ar, fraqueza, queda da pressão arterial/pressão baixa, redução da quantidade de urina, sonolência, alteração da consciência podem ser sintomas de sepse. Diante de suspeita, deve-se procurar imediatamente uma unidade de saúde.
A sepse grave e o choque séptico são reações desorganizadas e desequilibras do organismo em relação a uma infecção. Existe uma predisposição genética que favorece o desenvolvimento de sepse grave e choque séptico, que deve ser sempre levada em conta. Alguns pacientes têm predisposição para desenvolver sepse, que está relacionada com a diminuição das defesas do organismo, como acontece nos pacientes imunossuprimidos como diabéticos, renais crônicos, oncológicos e portadores de Síndrome da Imunodeficiência adquirida – Sida.
Atualmente, a sepse é uma das principais causas de morte em hospitais no país, com letalidade em torno de 60%, uma das maiores do mundo. Pesquisas revelam que são mais de 400 mil casos e, aproximadamente, 220 mil pessoas morrem todos os anos por causa da doença. O principal desafio das unidades de saúde é o diagnóstico precoce de sepse.
Não existe exame específico para diagnóstico da sepse. Ele é sempre feito somando um conjunto de sinais, sintomas e de alterações de exames laboratoriais. Por isso, todos os profissionais de saúde devem estar informados e treinados para reconhecer os sinais e os sintomas iniciais de sepse, bem como o mal funcionamento de órgãos. O rápido reconhecimento da doença e o tratamento adequado aumentam as chances de sobreviver. Os Prontos-socorros do Mater Dei Santo Agostinho e do Mater Dei Contorno contam com protocolos específicos de reconhecimento de sepse. Com a iniciativa, as enfermeiras que estão diante de quadro de infecção estão treinadas para sinalizarem os casos de suspeita de sepse. A partir desta sinalização, os pacientes são encaminhados para o cuidado prioritário do médico. Na seguência da avaliação inicial, imediatamente confirmada a forte suspeita de sepse, passa-se à coleta de culturas do sangue, a introdução de antibióticos e a hidratação com uso de soro. Estas três medidas têm seus tempos monitorados, pois são medidas que param a sepse e quando implementadas e gerenciadas são capazes de salvar vidas. A agilidade é fundamental no tratamento da doença: a cada hora perdida a mortalidade aumenta.
Publicado em: 13/09/2017