Doença de Crohn  - REDE MATER DEI DE SAÚDE

Doença de Crohn 

A Doença de Crohn é uma doença inflamatória crônica do trato digestivo, que  compromete todas as camadas da parede intestinal: mucosa, submucosa, muscular e serosa. Pode acometer desde a boca até o ânus, mas que aparece, sobretudo, no íleo terminal e no cólon. Ela se manifesta igualmente em homens e mulheres, sendo a incidência maior entre os 20 e os 40 anos e em fumantes.  A causa é desconhecida, mas existem hipóteses da desregulação do sistema imunológico e da influência de fatores genéticos, ambientais, dietéticos ou infecciosos, no entanto, nenhuma destas é confirmada até o momento.

Segundo o gastroenterologista da Rede Mater Dei de Saúde, Juliano Antunes, os sintomas mais comuns são dor abdominal, diarreia com muco e sangue, perda de peso e desnutrição. “A doença pode ter manifestações extra-intestinais, como dores articulares, eritema nodoso, pioderma gangrenoso e inflamação ocular (uveíte). Por acometer a parede intestinal em toda a sua espessura, a doença pode evoluir com fístulas e estreitamentos, chamados estenoses”, explica. 

A cura é desconhecida e mesmo quando ocorrem períodos de remissão espontânea, as crises podem retornar.  O exame clínico e o levantamento da história pessoal e familiar do paciente são instrumentos importantes para o diagnóstico da doença de Crohn. “Exames de sangue podem auxiliar no diagnóstico, mas são mais úteis no acompanhamento de atividade da doença”, afirma o especialista. Como a doença acomete mais o intestino grosso e a porção terminal do intestino delgado, a colonoscopia é a mais importante ferramenta diagnóstica. Outros métodos auxiliam na detecção da doença em pontos distintos do trato digestivo, como a enterotomografia, para doença de intestino delgado e a endoscopia digestiva alta, a push enteroscopia e a cápsula endoscópica para doenças de partes mais proximais do trato digestivo. 

Não há uma estatística de incidência precisa da doença no Brasil. Na Europa e nos Estados Unidos, de 10 a 40 em cada 100 mil habitantes desenvolvem a doença. Na Austrália e na América do Sul, esse número é menor. A América do Sul é conhecida por existirem poucos casos, mas ainda não temos dados que fundamentem essa suposição. 

Tratamentos indicados

O tratamento varia de acordo com a fase de evolução e a atividade da doença e visa ao controle de sintomas, cicatrização de mucosa intestinal, melhora do estado nutricional e a prevenção do câncer de intestino. O uso de corticosteroides, imunossupressores (azatioprina), aminossalicilatos (mesalazina) e a terapia biológica (infliximabe e o adalimumabe) são medicamentos utilizados. A intervenção cirúrgica fica reservada para os quadros graves de obstrução intestinal, hemorragias graves e fístulas não responsivas ao tratamento medicamentoso.

Uma nova opção de tratamento é a terapia celular, já realizado em centros de referência do mundo. “O procedimento consiste no transplante de células tronco e é indicado para formas graves, intolerância ou ausência de resposta à medicação instituída”, informa Juliano Antunes.
 
Segundo o especialista, tal procedimento anularia a resposta imunológica anormal responsável pela atividade da doença. “Ainda é cedo para se falar em cura desta doença após a terapia celular, pois se desconhece a incidência de recidivas. O que se sabe é que o paciente pode ficar livre de medicações, que foi o que aconteceu com a paciente brasileira, a qual tinha grave doença em atividade, desnutrição e a síndrome do intestino curto”, ressalta.  O especialista destaca que estudos científicos controlados no Brasil ainda precisam ser realizados. 


RESPONSÁVEL:
Juliano Antunes Machado
Gastroenterologista e Nutrólogo
CRM-MG: 38045

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