Os meses de dezembro a maio compreendem um período com maior índice de chuvas, aumentando casos suspeitos de febre amarela. Assim, torna-se essencial que a população seja vacinada e evite o risco de reintrodução da doença. Na região silvestre, o principal vetor é o mosquito do gênero Haemagogus, mas no meio urbano a febre amarela pode ser transmitida por meio da picada do mosquito Aedes aegypti. O contágio acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela, ou que nunca tenha sido vacinada para esta doença, é picada pelo mosquito transmissor infectado pelo vírus. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para outros mosquitos; não existe transmissão direta de pessoa para pessoa.
A médica infectologista da Rede Mater Dei, Juliana Fulgêncio, explica que o quadro clínico é caracterizado por um período súbito de febre, calafrios, dor de cabeça, fadiga, dor no corpo, náuseas e vômitos com duração de cerca de três dias. “Em alguns pacientes pode haver evolução para a fase grave da doença, levando a insuficiência hepática e renal, icterícia (coloração amarelada da pele e das mucosas), sangramentos e alterações neurológicas. Caso o paciente não tenha suporte médico, a doença pode levar ao coma ou à morte. No entanto, a maioria das pessoas que contrai o vírus não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são fracos”, explica. O Mater Dei segue o protocolo do Ministério da Saúde com recomendações de medidas de suporte, possibilitando tratamento apropriado aos pacientes com febre amarela.
A imunização contra a febre amarela é indicada para moradores de áreas com maior risco de transmissão da doença e para viajantes que se deslocam para essas áreas. Crianças maiores de seis meses e adultos devem ser vacinados. “As pessoas que já tomaram duas doses da vacina são consideradas imunizadas de forma definitiva e não precisam de novo reforço. A vacina é eficaz e já começa a funcionar após 10 dias da sua aplicação”, afirma Juliana. Adultos com mais de 60 anos devem também ser vacinados, mas devem passar por avaliação médica antes da vacinação.
Na população geral, a vacina é contraindicada para gestantes, mulheres que amamentam crianças menores de seis meses de idade, imunossuprimidos, alérgicos a gelatina e pessoas com história de alergia grave a ovo e à própria vacina. No entanto, a sua indicação pode ser avaliada caso a caso pelo médico, se o risco de o paciente ter contato com a doença for aumentado (por ex. morador ou viajante para área de risco).
Como medidas preventivas, além da vacinação, a população deve atuar no controle da água parada, para evitar a proliferação dos mosquitos, usar repelentes, mosquiteiros e roupas que cubram todo o corpo e evitar viajar para as áreas de risco da doença.
RESPONSÁVEL:
Juliana Fulgêncio
Infectologista
CRM: 44027