A gastrite, inflamação restrita à mucosa gástrica, pode ser causada por situações de estresse, ou por uso de medicamentos como o AAS e anti-inflamatórios. “O termo ‘gastrite nervosa’ é inadequadamente utilizado, uma vez que situações de estresse e ansiedade podem desencadear sintomas sugestivos de gastrite, mas sem alterações endoscópicas”, explica o gastroenterologista do Hospital Mater Dei Juliano Antunes.
Ter uma má alimentação pode contribuir para o surgimento de gastrites, como por exemplo, a ingestão desregrada de alimentos gordurosos e muito condimentados, incluindo o uso de bebidas alcoólicas. Longos períodos de jejum também podem contribuir com essa patologia. “Algumas infecções do trato digestivo podem culminar no surgimento de uma gastrite, através da ingestão de alimentos contaminados com vírus e bactérias e suas toxinas. Tudo isso como parte de uma infecção genericamente conhecida como gastroenterite aguda”, acrescenta o médico.
Podendo ser crônica ou aguda, tais definições gástricas se dão principalmente por critérios clínicos. O especialista explica que pacientes com gastrite aguda podem ter sintomas de queimação e distensão na região epigástrica, náuseas ou vômitos e perda de apetite. “Aquela famosa sensação de peso
no estômago, após ingerir pequena quantidade de alime
nto, pode estar relacionada a uma gastrite aguda”, define o especialista.
Sintomas
A gastrite crônica, na maioria dos casos, não apresenta sintomas. Sabe-se que a bactéria Helicobacter pylori pode determinar este tipo de gastrite, pois vive muito bem em ambientes ácidos, como é o caso do estômago. No entanto, o Helicobacter pylori leva à destruição da barreira protetora que reveste a mucosa do estômago, permitindo que o ácido gástrico agrida a própria mucosa, o que leva à inflamação da mesma.
Em casos de gastrite aguda, normalmente há necessidade de exames. “Os achados clínicos fornecem dados que nos permitem o tratamento. Na suspeita de complicações, como por exemplo úlceras e hemorragias, a endoscopia digestiva é o exame indicado”, explica o médico.
Tratamento
Segundo Juliano Antunes, em relação ao tratamento das gastrites, o que deve ser feito de imediato é a suspensão do agente causador: o uso de AAS, anti-inflamatórios e ingestão de bebida alcoólica, além de melhorar a higiene alimentar e ter uma alimentação regular e saudável.
“Não há consenso sobre a vantagem de tratar a bactéria Helicobacter pylori quando há gastrite sem úlcera, pois não tem sido observada uma melhora significativa dos sintomas digestivos”, conclui. Nos casos em que há a indicação do tratamento para a erradicação da bactéria, este consiste na administração de antibióticos. Há medicamentos que podem ser utilizados no tratamento da gastrite sem úlcera, que são os inibidores da produção de ácido gástrico e os protetores da mucosa gástrica.
REPONSÁVEL:
Juliano Antunes
Gastroenterologista
CRM-MG: 38045