Os miomas uterinos, também conhecidos como fibromas ou leiomiomas, são tumores benignos compostos por células musculares que formam a camada muscular do útero (miométrio). Ocorrem em aproximadamente 25 a 35% das mulheres em idade fértil. Afetam a qualidade de vida das mulheres porque são causas comuns de sangramento, dor pélvica e outros sintomas, embora possam ser assintomáticos em até 50% dos casos. A ocorrência de sintomas está associada à localização e o número de miomas uterinos. O diagnóstico é comumente realizado pela ultrassonografia ou ressonância magnética. O risco de transformação maligna (câncer) dos miomas é muito baixo.
Os estudos disponíveis são controversos quanto ao possível impacto dos miomas sobre a fertilidade. Segundo a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), depois de excluídas todas as outras causas, somente de 2% a 3% das infertilidades podem ser atribuídas aos efeitos dos miomas assintomáticos.
Na ausência de sintomas e de qualquer outra causa identificada de infertilidade, a remoção do mioma não está indicada, visto que o procedimento cirúrgico pode contribuir para o desenvolvimento de outros fatores de infertilidade (aderências e até obstrução das tubas uterinas). As evidências atuais corroboram para a necessidade de tratamento na presença de miomas que distorçam a porção interna do útero onde a gravidez se desenvolverá. Nas demais localizações, uma avaliação cuidadosa deverá ser realizada, levando em consideração os possíveis riscos e benefícios envolvidos. Não há evidências de que o tratamento medicamentoso aumente as taxas de fertilidade, podendo inclusive atrasar a ocorrência de gravidez, dessa forma, não se recomenda seu uso para este fim.
O impacto dos miomas sobre a gravidez também é controverso. Estima-se que os miomas estejam presentes em 4% a 5% das gestantes e que a maioria – 80% – mantenha-se do mesmo tamanho e até regrida durante a gravidez. O maior crescimento, quando acontece, ocorre no primeiro trimestre da gestação. Alguns estudos mostram que os miomas uterinos aumentam as chances de complicações durante a gravidez dependendo de sua localização.
Cerca de 30% das mulheres têm ou terão mioma uterino. A maioria delas não precisará de qualquer tratamento. Para aquelas que apresentarem alguma sintomatologia, o leque de opções terapêuticas é cada vez mais variado. O tratamento ideal clínico e/ou cirúrgico deverá ser instituído individualmente após avaliação médica criteriosa.
Centro de Reprodução Humana Mater Dei
Mater Dei Santo Agostinho – Rua Mato Grosso, 1.100 – 2º andar – 31. 3339-9495.
RESPONSÁVEL:
Márcia Mendonça Carneiro
Ginecologista do Centro de Reprodução Humana Mater Dei
CRM-MG: 27578
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