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Linha de cuidado da Cirurgia metabólica

A cirurgia bariátrica e metabólica reúne técnicas, com respaldo científico, destinadas ao tratamento da obesidade e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal. O conceito metabólico foi incorporado há cerca de seis anos por causa da importância que a cirurgia adquiriu no tratamento de doenças causadas ou agravadas pelo excesso de peso, como o diabetes e a hipertensão. A Rede Mater Dei de Saúde possui a Linha de cuidado da Cirurgia metabólica, certificada pela Surgical Review Coporation (SRC) como Centro de Excelência em Cuidados Metabólicos e Bariátricos™ (saiba mais sobre a certificação aqui) . Essa linha garante um atendimento diferenciado de cuidados para os pacientes bariátricos.

  • Tipos de cirurgia
    • As cirurgias diferenciam-se pelo mecanismo de funcionamento.
    • Cirurgia por laparoscopia

    • Minimamente invasiva e aplicável em todas as técnicas cirúrgicas, a videolaparoscopia representa uma das maiores evoluções tecnológicas da medicina. Na cirurgia aberta, o médico precisa fazer um corte de 10 a 20 centímetros no abdômen do paciente. Na videolaparoscopia são feitas de quatro a sete mini-incisões, de 0,5 a 1,2 centímetros cada uma, por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo. Das quase 60 mil cirurgias bariátricas realizadas em 2010 no Brasil, 35% foram feitas via videolaparoscopia. A taxa de mortalidade média é de apenas 0,23%.
    • Cirurgia aberta

    • Vale lembrar que, em algumas situações, o cirurgião precisa converter a videolaparoscopia em cirurgia aberta. Essa decisão é baseada em critérios de segurança e, quando necessária, ela só pode ser tomada durante o ato operatório.
  • Técnicas cirúrgicas
    • São utilizadas no Brasil duas modalidades diferentes de cirurgia bariátrica e metabólica:
    • Bypass gástrico

    • Gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”. O bypass gástrico é a técnica bariátrica mais praticada no Brasil, correspondendo a 75% das cirurgias realizadas devido a sua segurança e, principalmente, sua eficácia. O paciente submetido à cirurgia perde de 40% a 45% do peso inicial.
    • Nesse procedimento é feito o grampeamento de parte do estômago, o que reduz o espaço para o alimento, e um desvio do intestino inicial, que promove o aumento de hormônios que dão saciedade e diminuem a fome.
    • Essa somatória entre menor ingestão de alimentos e aumento da saciedade é o que leva ao emagrecimento, além de controlar o diabetes e a hipertensão arterial. Uma curiosidade: a costura do intestino que foi desviado fica com formato parecido com a letra Y, daí a origem do nome. Roux é o sobrenome do cirurgião que criou a técnica.
    • Gastrectomia vertical

    • Nesse procedimento, o estômago é transformado em um tubo, com capacidade de 80 a 100 mililitros (ml). Essa intervenção provoca boa perda de peso, comparável a técnica do bypass gástrico.
    • É um procedimento relativamente novo, praticado desde o início dos anos 2000. Tem boa eficácia sobre o controle da hipertensão e de doenças dos lipídeos como colesterol e triglicérides.
  • Por que fazer?
    • Os benefícios da cirurgia bariátrica e metabólica são a perda de peso, remissão das doenças associadas à obesidade como diabetes e hipertensão, diminuição do risco de mortalidade pelas doenças associadas a obesidade e melhoria na qualidade de vida. Os riscos são os mesmos de outras cirurgias abdominais. Por essa razão, deve ser feita em hospital com estrutura adequada e por médicos associados à Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), que pratiquem os procedimentos regulamentados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e, preferencialmente, em centros acreditados pela Surgical Corporation Review.
  • Quem pode fazer?
    • A indicação cirúrgica é feita de forma multidisciplinar e sob a análise de três critérios: IMC, idade e tempo da doença.
    • Em relação ao índice de massa corpórea (IMC)

    • • IMC acima de 40 kg/m², independentemente da presença de comorbidades.
    • • IMC entre 35 e 40 kg/m² na presença de comorbidades.
    • • IMC entre 30 e 35 kg/m² na presença de comorbidades que tenham obrigatoriamente a classificação “grave” por um médico especialista na respectiva área da doença. É também obrigatória a constatação de “intratabilidade clínica da obesidade” por um endocrinologista.
    • Em relação à idade

    • • Entre 16 e 18 anos: sempre que houver indicação e consenso entre a família ou o responsável pelo paciente e a equipe multidisciplinar.
    • • Entre 18 e 65 anos: sem restrições quanto a idade.
    • • Acima de 65 anos: avaliação individual pela equipe multidisciplinar, considerando risco cirúrgico, presença de comorbidades, expectativa de vida e benefícios do emagrecimento.
    • Em relação ao tempo da doença

    • Apresentar IMC e comorbidades em faixa de risco há pelo menos dois anos e ter realizado tratamentos convencionais prévios. Além disso, ter tido insucesso ou recidiva do peso verificados por meio de dados colhidos do histórico clínico do paciente.
  • Contra-indicações
    • As situações abaixo configuram condições adversas à realização de procedimentos cirúrgicos para o controle da obesidade:
    • • limitação intelectual significativa em pacientes sem suporte familiar adequado;
    • • quadro de transtorno psiquiátrico não controlado, incluindo uso de álcool ou drogas ilícitas;
    • • doenças genéticas.
  • Preparação
    • Pré-operatório

    • O preparo pré-operatório otimiza a segurança e os resultados da cirurgia bariátrica e metabólica. Solicita-se ao paciente que se esforce para perder um pouco de peso antes da cirurgia, pois alguns quilos a menos podem oferecer melhores condições à anestesia geral e à operação.
    • Nessa fase, também é obrigatório o preenchimento do documento “Consentimento Informado”, no qual o paciente reconhece estar devidamente informado sobre os benefícios e riscos da cirurgia. No pré-operatório, o paciente deve realizar uma série de exames, como endoscopia digestiva, ultrassom abdominal e exames laboratoriais, avaliação espirométrica, além de passar em consulta com os profissionais obrigatórios: cirurgião, cardiologista, psiquiatra, psicólogo, nutricionista e anestesista.
    • São documentos obrigatórios que devem ser preenchidos no pré-operatório:
    • • Consulta Pré-anestésica;
    • • Termo de Consentimento Informado Pré-anestésico;
    • • Termo de Consentimento Informado Cirúrgico;
    • • Risco Cirúrgico feito pelo cardiologista;
    • • Parecer do psiquiatra;
    • • Parecer do nutricionista ou endocrinologista.
    • É imprescindível no preparo cirúrgico a realização da profilaxia de tromboembolismo venoso. Essa doença é muito comum em todos os pacientes cirúrgicos e os pacientes obesos tem um risco aumentado para esta complicação pela própria condição da obesidade.
    • A profilaxia para trombose pressupõe o uso de cinco doses de um medicamento chamado enoxaparina. Junto a esse medicamento vem uma seringa com agulha pronta para uso e a dose recomendada para os pacientes obesos é de 40 mg/0,4 ml. A primeira dose deverá ser aplicada na véspera do ato cirúrgico ainda na residência do paciente. A segunda, a terceira e a quarta dose são aplicadas imediatamente após o procedimento cirúrgico, no primeiro e no segundo dia de pós-operatório, todas então realizadas dentro do hospital. A quinta dose deverá ser administrada no terceiro dia de pós-operatório, momento em que o paciente já estará em sua residência. Dessa forma, o paciente deverá adquirir duas doses do medicamento para uso domiciliar, uma na véspera da cirurgia e outro no primeiro dia após a alta hospitalar.
    • Pós-operatório

    • O paciente deve fazer consultas e exames laboratoriais periódicos no pós-operatório, conforme o tipo de cirurgia e as rotinas estabelecidas pela equipe responsável. Em caso de comorbidades, elas devem ser acompanhadas por profissionais especialistas nessas doenças.
    • No pós-operatório, recomenda-se ao paciente atividade física e complemento vitamínico. O paciente deve estar atendo às possíveis complicações:
    • • Infecções (na ferida cirúrgica, abcessos, infecções urinárias e até penumonias);
    • • Tromboembolismo (entupimento de vasos sanguíneos);
    • • Deiscências (separações) de suturas;
    • • Fístulas (desprendimento de grampos);
    • • Obstrução intestinal;
    • • Hérnia no local do corte.
    • Além disso, sintomas gastrointestinais podem aparecer após a refeição. Os pacientes predispostos a esses efeitos colaterais devem observar certos cuidados, como reduzir o consumo de carboidratos, comer mais vezes ao dia e em pequenas quantidades, e evitar a ingestão de líquidos durante as refeições.
    • Evitar ficar deitado durante o dia. Prefira a posição assentado em poltrona com a finalidade de evitar restrição respiratória que pode persistir por até duas semanas pós-cirurgia e assim evitar complicações pulmonares.
    • Procure caminhar dentro de casa para evitar tromboembolismo, especialmente nas três primeiras semanas.
    • Inicie um trabalho de exercícios físicos supervisionados e de baixo impacto assim que for liberado por seu médico assistente. Caso observe aumento de volume e dor nas panturrilhas, dificuldade para respirar e dor torácica, comunique imediatamente seu médico assistente ou se encaminhe ao serviço de urgência da Rede Mater Dei de Saúde.
  • Cuidados
    • Acompanhamento nutricional

    • O nutricionista tem papel fundamental no acompanhamento do paciente rumo à cura da obesidade. Esse profissional deverá prestar toda a orientação necessária para a dieta líquida pós-operatória, sua evolução para a pastosa e, finalmente, sua transição definitiva para a alimentação normal. O paciente deverá aprender a comer pouco e bem, várias vezes ao dia, e optar por alimentos pouco calóricos e com alto teor vitamínico, abandonando hábitos nocivos.
    • A reeducação alimentar ajudará não só a perder peso, mas também a mantê-lo em patamares adequados por toda a vida. O paciente não está proibido de consumir doces, refrigerantes ou outras guloseimas de vez em quando, porém esses alimentos não devem fazer parte de sua rotina e a quantidade deve ser controlada.
    • Orientações para uma boa nutrição:
    • • Adoçar sucos, chás, vitaminas ou outros alimentos com adoçantes. Evitar consumo de açúcar;
    • • Evitar alimentos fibrosos no preparo das refeições nas primeiras semanas como: abacaxi, caju, laranja e mexerica (bagaços), caqui;
    • • Não fazer uso de líquido durante a refeição, dar preferência para hidratação nos intervalos das refeições;
    • • Hidratar bem nos intervalos das refeições com água, sucos, chás, água de coco ou isotônicos;
    • • Respeitar sempre o volume tolerado da refeição, evitando vômitos ou mal estar;
    • • A refeição deve ser feita em local tranquilo e preocupando sempre com a mastigação;
    • • Evitar alimentos industrializados, pois são ricos em aditivos químicos/ conservantes;
    • Acompanhamento psicológico

    • O foco do acompanhamento psicológico deve ser sempre preventivo e educativo. É necessário considerar o aparecimento de novos fatores de estresse, como ansiedade, ciúmes do parceiro, desejo de liberdade após a cirurgia. Além disso, o paciente pode criar expectativas que não serão atingidas com a perda de peso, simplesmente porque dizem respeito a certas frustrações ou imaturidade diante da vida.
  • Atenção! Zonas do cuidado pós-operatório
    • Esse item tem como objetivo facilitar o autocuidado no pós-operatório. Sabemos que os resultados de sucesso dependem de um pré-operatório bem feito, de um transoperatório seguro e de um pós-operatório atento e dedicado.
    • Zona Verde: pós-operatório habitual

    • • Lavar com água e sabão as feridas operatórias.
    • • Manter a ferida operatória sempre bem seca.
    • • Se necessário faça uso de analgésicos como orientação do seu médico.
    • • Fazer a profilaxia de TEV conforme orientação do seu médico.
    • • Seguir estritamente as orientações dietéticas do seu médico.
    • • Prefira sempre adoçantes a açucares. Evite doces. Faça refeições com pequenos volumes várias vezes ao dia.
    • • Evitar ficar deitado durante o dia. Prefira a posição assentado em poltrona a fim de evitar restrição respiratória que pode persistir por até duas semanas pós-cirurgia e assim evitar complicações pulmonares.
    • • Procure caminhar dentro de casa para evitar tromboembolismo, especialmente nas três primeiras semanas.
    • • Inicie um trabalho de exercícios físicos supervisionados e de baixo impacto assim que for liberado por seu médico assistente.
    • Zona Amarela: pós-operatório não habitual

    • Preste atenção nestes sinais:
    • • Presença de secreção na ferida cirúrgica.
    • • Vômitos frequentes.
    • • Dor abdominal.
    • • Inchaço assimétrico nas pernas.
    • Atenção: não consuma alimentos fora das recomendações dietéticas do seu médico.
    • Zona Vermelha: alto risco de complicações

    • Sinais de alerta:
    • • Falta de ar.
    • • Dificuldade de andar.
    • • Dor forte abdominal que não melhora com analgésicos recomendados.
    • • Vômitos que não melhoram apesar do uso de medicamentos.
    • • Temperatura axilar maior que 38° após 48h de pós-operatório.
    • Atenção: se sentir alguns desses sinais de alerta, comunique o seu médico e procure o pronto-socorro.

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